terça-feira, 29 de julho de 2008

terça-feira, 15 de julho de 2008

A alma dos animais (Voltaire)

"Os filósofos dizem-me: Não vos enganeis, o homem é inteiramente diferente dos outros animais, tem uma alma espiritual e imortal, pois(notai bem isto), se o pensamento é um composto de matéria, deve ser necessáriamente aquilo de que é composto, deve ser divisível, capaz de movimento, etc. Ora, o pensamento não pode dividir-se, portanto não é um composto de matéria, não possui partes, é simples, é imortal, é a obra e a imagem de um Deus. Escuto esses mestres e lhes respondo, sempre desconfiando de mim mesmo, mas nem por isso confiando neles. Se o homem tem uma alma, tal como assegurais, devo crer que este cão e esta toupeira têm uma semelhante. Todos me juram que não. Pergunto-lhes qual a diferença que existe entre este cão e eles. Uns respondem este cão é uma forma substancial; outros me dizem: Não acrediteis nisso, as formas substanciais são quimeras; este cão é uma maquina como uma manivela, e nada mais. Pergunto ainda aos inventores das formas substanciais o que entendem por essa expressão, e como só me respondem com galimatias, volto-me para os inventores das manivelas e lhes digo: se estes animais são puras maquinas, certamente sereis em comparação com eles, apenas como um relógio de repetição em comparação com a manivela que falais; ou, se tendes a honra de possuir uma alma espiritual, os animais terão uma também, pois são tudo o que vós sois. Possuem os mesmos órgãos com os quais tendes sensações, e se não lhes servirem para a mesma finalidade, dando-lhes tais órgãos Deus terá feito uma obra inútil. Mas de acordo com vossa própria opinião, Deus nada faz em vão. Escolhei portanto: ou atribuís uma alma espiritual a uma pulga, a um verme, a um bicho do queijo, ou sois autômato como eles.(...) Portanto, Esses órgãos dos sentidos são dados apenas para o sentimento, donde se conclui que os animais sentem como nós e, assim, só um excesso de vaidade rídicula pode levar os homens a se atríbuirem uma alma de uma espécie diferente daquela que anima os brutos."
Voltaire em Tratado de Metafísica

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A palavra Xará

Por que se diz "xará" para quem tem o mesmo nome?

Rodrigo Cavalcante

 

(Edineiton Pereira Tejo, Olinda, PE)

 

Se, pela pronúncia, você está desconfiado de que a palavra surgiu de alguma expressão indígena, acertou. "Ela tem origem na palavra sa rara, um derivado de se rera, ‘aquele que tem meu nome’, em tupi", diz o etimologista Cláudio Moreno, colunista da revista Mundo Estranho. O escritor gaúcho Deonísio da Silva, autor do livro A Vida Íntima das Palavras, lembra que, no sul do país, usa-se também a palavra tocaio com o mesmo significado. "Vem do espanhol tocayo que, por sua vez, tem origem na frase ritual latina que a noiva dizia ao noivo no Direito romano, quando a comitiva nupcial vinha buscá-la em casa: "Ubi ‘tu Caius’, ibi ego Caia (onde fores chamado Caio, ali eu serei Caia)". Por transmitir a idéia de que a noiva, ao se casar, passa a ter o mesmo nome do noivo, a palavra passou a ser usada como sinônimo de xará.

 

http://super.abril.com.br/superarquivo/2003/conteudo_275127.shtml

sábado, 12 de julho de 2008

Briga entre Justiças - Arnaldo Jabor

Há várias justiças brigando no ar.

A Justiça da Policia Federal, que vive na guerra.

A Justiça da opinião pública, pálida de indignação.

E a Justiça do Supremo Tribunal voando com capas pretas acima de nós.

Tivemos 7 constituições em nossa história mudadas por conveniências políticas:

Império, República, Revolução de 30, Estado Novo, 46, Ditadura Militar e redemocratização.

Mas o privilégio penal se manteve intacto.

Mesmo que a letra da lei esteja sendo obedecida, esta lei mantém sim os pobres em cana e libera poderosos.

Se houvessem penas certeiras, se assassino que mata namorada com 2 tiros fosse preso, Se ladrões com crimes documentados perseguidos até por tribunais da Europa estivessem no Xadrez a policia não precisava preencher os buracos da impunidade respondendo a uma fome de justiça da população.

Eu não me esqueço daquela mulher que roubou a margarina e ficou presa mais de 1 ano

O Ministro segue a letra da lei, mas a letra da Lei não pode ser um epitáfio num tumulo.

Em vez de se preocupar com os excessos da Polícia Federal ou de jovens juizes O supremo devia se preocupar com a velhice de nossas execuções penais

Essa crise é boa, finalmente o tumor do absurdo nacional está se rompendo.

 

Arnaldo Jabor


Vídeo da Coluna: http://jg.globo.com/JGlobo/0,19125,VTJ0-2742-20080711-325456,00.html

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Projetos históricos para a bandeira republicana brasileira

Os artistas partidários da República deram vazão à sua veia criadora e apresentaram dezenas de projetos para o pavilhão que seria desfraldado logo após a proclamação do novo regime. Um deles apenas propunha a substituição da antiga coroa imperial pelo barrete frígio.



Outro achava que o campo verde deveria ser mantido, sobreposto à cruz da Ordem de Cristo. Dentro, uma esfera azul, orlada de estrelas de prata. Ao centro, a esfera armilar. Os ramos da bandeira imperial também se mantiveram. Era, na verdade, uma bandeira muito semelhante à imperial.



Nos esboços seguintes, as estrelas apareciam como uma constante. Um projeto mantinha o losango amarelo em campo verde, e as estrelas, cinco, dispunham-se sobre uma esfera azul, no centro do losango, representando o Cruzeiro do Sul.



A esfera armilar retornou em um dos projetos, no centro da bandeira, dentro de uma esfera azul margeada de estrelas brancas.



Ou então, ainda no centro de uma esfera azul orlada também de estrelas brancas, deixando ver as pontas da cruz da Ordem de Cristo, que, como na banderia imperial, aparecia atrás da esfera.



Em outro desenho, a cruz da Ordem de Cristo atravessava a esfera armilar, inscrita num círculo azul orlado de estrelas. Era a mesma disposição que figurava na antiga bandeira do império.



Um único esboço apresentado abolia tanto o verde e o amarelo como as estrelas. A bandeira, segundo o autor, devia ser composta em três faixas horizontais: preta, vermelha e branca, representando a fusão dos elementos formadores da etnia brasileira: o negro, o índio e o português.
No centro da faixa vermelha, o escudo, onde se inscrevia a esfera armilar. Esta ocultava uma âncora branca, da qual apareciam apenas as extremidades. Encimava o escudo o barrete frígio. Ladeando a esfera, dois ramos de café. Deveriam figurar ainda um cavalo e um boi, simbolizando a atividade pastoril. Mas foram retirados do projeto, porque sobrecarregariam o pavilhão.



O auriverde e as estrelas retornaram no desenho seguinte: uma série de 13 listras horizontais, verdes e amarelas alternadamentes. Ao canto superior esquerdo, um quadrado azul com 21 estrelas de prata. Essa bandeira chegou a ser adotada pelo governo provisório durante alguns dias.



Fonte(apesar de discordar ideologicamente dos autores do site): http://www.mv-brasil.org.br/brasil_bandeirahistoria4.html

terça-feira, 8 de julho de 2008

A Pena de Morte

Com aumento da delinqüência em todos seus níveis e formas,  tem aparecido algumas propostas para estabelecer a pena de morte para os delitos mais hediondos que tem estarrecido a nossa sociedade, como forma de reprimi-los.
A Maçonaria é contrária a pena de morte, e queremos de dar a conhecer  as razões que ela tem em conta para assumir tal posição. Para ingressar na Maçonaria é condição "sine qua non" acreditar na existência de Deus como criador de tudo quanto existe. E sendo Deus o criador da vida humana somente Nele a Maçonaria reconhece a decisão de tirar a existência de um ser humano. Pensamos que a pena de morte é um contra-senso, porque supostamente ela manda matar para ensinar que não se deve matar. Os que advogam pelo estabelecimento da pena de morte como inibidor da delinqüência estão esquecendo que nos países onde tal pena existe, os índices de delinqüência são tão ou mais elevados que em nossas cidades. 
Citamos como exemplo mais conhecido os EUA, onde a pena de morte existe em todas as suas formas que a Lei poderia imaginar: câmara de gases, injeção letal, cadeira elétrica, etc. Mas cidades como Washington, Detroit, Miami, Los Angeles e outras, mostram índices de delitos elevados que fazem parecer Rio de Janeiro e São Paulo como cidades relativamente seguras.O difícil seria elaborar uma lei que defina quem vai ser condenado à pena de morte. A todo aquele que tira a vida de outra pessoa? Ou aquele motorista irresponsável que bêbado ou dirigindo em excesso de velocidade ou participando de um "racha" atropela e mata uma ou mais pessoas? Os defensores da pena de morte dirão que foi um acidente, uma fatalidade e não usou uma arma para matar. Pois fiquem sabendo que um carro nas mãos de um irresponsável é uma arma mais perigosa que um revólver nas mãos de um delinqüente profissional.E falando em lei, todos hão de concordar que a lei sempre se inclina do lado de quem tem mais dinheiro, e não estamos falando em corrupção. Inclina-se para o lado do dinheiro porque o acusado de um crime pode contratar para sua defesa os melhores advogados, poderá facilitar a participação de testemunhas em seu favor pagando suas despesas de condução, alimentação, hospedagem, ressarcimento de dias não trabalhados, etc. e pode através da imprensa criar um ambiente que sensibilize os membros do júri em seu favor. Portanto, os únicos condenados à pena de morte, acabarão sendo os eternos marginalizados de nossa sociedade. Mas poderá alguém alegar: "e se um membro querido da sua família fosse vítima de um delinqüente, não gostaria que lhe fosse aplicada a pena de morte?"
Pode ser que sim, mas nesse momento estaríamos reagindo com sentimento de vingança que é algo muito diferente de justiça. Se o intuito dos defensores da pena de morte é a vingança e não a justiça, então é com maior razão que devemos ser contrários a pena de morte.