quinta-feira, 22 de maio de 2008

Até FHC reconhece a importância do maio de 1968

68 é antídoto contra intolerância mundial, diz FHC

Em entrevista ao G1, ex-presidente fala sobre a herança dos movimentos sociais de 1968.
Para ele, racismo contra imigrantes leva Europa a um retrocesso.
Fabio Schivartche Do G1, em São Paulo

Foto: Kiko Ferrite/G1
Kiko Ferrite/G1
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em sua residência em São Paulo (Foto: Kiko Ferrite/G1)

A guerra do Iraque e a onda anti-imigração na Europa têm um denominador comum: são dois fenômenos de intolerância do mundo moderno. Ambos contra o espírito dos jovens revolucionários de 1968, afirmou o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil, em entrevista exclusiva ao G1 na qual falou sobre as quatro décadas do ano em que "tudo parecia estar mudando".

"O que acontece na França hoje é o mesmo problema dos Estados Unidos nos anos 60: a discriminação. Há muitos muçulmanos na Europa hoje, e os europeus começam a definir a pessoa pelo sangue. Isso é racismo", afirma FHC, fazendo uma comparação com os Estados Unidos de George W. Bush. "O mundo atual tem esse desafio: ou aceita a diversidade ou fica a intolerância. Se não [os líderes] farão como o Bush, que invadiu o Iraque para implantar a democracia americana. Não dá certo, vai ter que aceitar que há pedaços do mundo que não são americanos. E não serão nunca."

O ano de 1968, tema desta reportagem especial do G1, foi agitado em todo o mundo. Nos Estados Unidos havia movimentos pacifistas (contra a guerra do Vietnã) e contra o racismo. Na Europa, estudantes se rebelaram contra as autoridades. E no Brasil os universitários organizaram passeatas contra a ditadura militar.

Clique aqui para entender o que aconteceu em 68

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FHC, hoje com 76 anos, foi um espectador privilegiado de 1968. Estava na França em maio, quando ocorreram os confrontos armados entre estudantes e a polícia. Inclusive deu aulas para um dos principais líderes do movimento, Daniel Cohn-Bendit, na Universidade de Nanterre -berço deste movimento social. E voltou ao Brasil no final do ano, pouco antes da decretação do AI-5, ato da ditadura que suprimiu as liberdades individuais e sufocou os movimentos políticos da oposição.

Nesta conversa, FHC criticou recente declaração do presidente francês, Nicolas Sarkozy, de que é preciso enterrar 68 e sua herança de contestação aos valores vigentes. "O mundo é maleável, deixe cada um viver ao seu modo. Penso o oposto do Sarkozy. Não tem que enterrar 68, tem que reviver."

Leia a seguir os principais trechos da entrevista, realizada na última terça-feira (6) na ampla sala do apartamento de FHC, em Higienópolis, com uma bela vista para o arborizado bairro de Perdizes, em São Paulo.


Foto: Kiko Ferrite/G1
Kiko Ferrite/G1
'Os valores mudaram', diz FHC (Foto: Kiko Ferrite/G1)

G1 - Qual é a herança de 68 no mundo de hoje?
Fernando Henrique Cardoso -
Os valores mudaram. Veja a igualdade de gêneros. Temos várias presidentes mulheres no continente e uma candidata a presidente nos EUA (a democrata Hillary Clinton disputa a indicação do partido). Houve um avanço grande a essa reivindicação. O formalismo na academia francesa era insuportável, havia uma distância enorme entre alunos e professores. Antes de o professor entrar na sala entrava um bedel com um bastão, batia no chão e anunciava o professor. Todos as alunos ficavam em pé. A França era uma sociedade bloqueada. Desbloqueou. Houve modificações também na vida política. Os verdes passaram a ter maior papel no mundo, o que foi indiretamente uma herança de 68. Nos EUA houve um movimento muito forte, mas por causa da guerra do Vietnã e da questão racial. Em 68 houve a ofensiva do Tet (ataque dos vietcongs em 31 de janeiro durante a Guerra do Vietnã). Eu via pela TV na França imagens incríveis da matança, e os americanos também viram isso. A resposta foi enorme, com protestos contra a guerra e contra o racismo.

G1 - Quais as principais diferenças entre 68 na França e no Brasil?
Cardoso -
Voltei ao Brasil em outubro de 68, vim fazer um concurso de cátedra. Ganhei a cadeira, mas me aposentaram seis meses depois. Aqui na rua Maria Antonia (onde ficava a faculdade de sociologia da USP) estava tudo em clima de 68. Aqui era a luta contra a ditadura. Já na França se falava "é proibido proibir", falava-se em ser libertário. Eram problemas existenciais.

G1 - Há quem diga que os movimentos de 68 se alimentavam uns dos outros, nos vários países em que houve protestos. E que isso poderia ser visto como o início da globalização.
Cardoso -
Concordo. Acho que houve esse começo. Mas a grande modificação foi nos anos 70, por causa do desenvolvimento dos meios eletrônicos. A rapidez da comunicação mudou o mundo, e também a facilidade com os novos meios de transporte. O mundo ficou unido pelos meios de comunicação. Para comparar: a Revolução Industrial teve um impacto imenso, mas não mexia diretamente com o cotidiano das pessoas.

G1 - O filósofo Edgar Morin disse que 68 foi uma crise na idéia de felicidade da sociedade européia, com as contestações sobre a família, o sexo e as autoridades. Hoje, com o aumento da violência, do desemprego e dos problemas ambientais a juventude não teria mais motivos para protestar do que naquela época?
Cardoso -
Morin eu conheci na França, em 68. Ele reflete o espírito francês, da juventude sem esperança, o racismo voltando, guetos em Paris, desemprego. É o que está acontecendo na França hoje. Mas na China não é assim. Eles têm um horizonte melhor. No Brasil também não é assim. Não sinto esse clima de desesperança tão forte. Não se pode generalizar para o mundo. A violência realmente aumentou muito no mundo todo. Tem a ver com as drogas. Mas em 68 as pessoas punham em dúvida o seu cotidiano, sua vida amorosa, sua família. Hoje, as pessoas não vivem isso com a dramaticidade daquela época.

Foto: Kiko Ferrite/G1
Kiko Ferrite/G1
'A França era uma sociedade enrijecida', diz FHC (Foto: Kiko Ferrite/G1)

G1 - Por que a rebeldia dos jovens franceses teve tanta força em 68?
Cardoso -
Houve protestos também na Alemanha e na Inglaterra. Mas a França era uma sociedade enrijecida, e com um governo muito poderoso, do De Gaulle (Charles de Gaulle foi o general francês que liderou a resistência do país durante a Segunda Guerra Mundial e governou o país de 1959 a 1969). Dava a sensação aos franceses de que aquilo seria eterno. É importante que uma sociedade tenha válvulas. Por isso é importante a alternância política. Quando os que estão por baixo sentem que não podem chegar lá, se rebelam. Na França o De Gaulle e os sindicatos eram tão fortes que funcionaram como tampões da sociedade.

Em 68 na França houve um curto-circuito. O estopim foi muito limitado: uma reivindicação dos estudantes homens de Nanterre de poder entrar no dormitório das alunas. Não havia inimigo, nem luta de classes. O estudante Daniel Cohn-Bendit fez um desaforo ao ministro da Justiça, fez uma comparação com o nazismo. Tudo isso teve repercussão porque estava havendo uma modificação no sistema educacional francês. Os professores conservadores usaram o pretexto de que a faculdade estava em ebulição, citavam os grafites nas paredes como exemplo. Para os meus olhos não havia bagunça nenhuma. Dei aulas até o final, inclusive para o Bendit. Não sentia esse clima insuportável. Foram os professores reacionários que fecharam a faculdade, para provar ao ministério que não havia condições de dar aulas naquela suposta bagunça. E no dia 22 de março os estudantes resolveram ocupar a universidade. Daí abriram as portas para os trabalhadores e tudo começou. Mas eles entravam lá e não entendiam nada. Os trabalhadores queriam apenas maiores salários. As coisas se juntaram. Mas um não entendia o outro. Os trabalhadores não estavam preocupados com a liberdade sexual, como os estudantes.

G1 - E como o movimento se propagou pela cidade?
Cardoso -
Daí ocuparam a universidade de Sorbonne, no centro de Paris. Havia um fio desencapado que não era nada. Mas havia palha perto, que era a insatisfação geral -e pegou fogo por isso. Nesta época eu morava perto do "quartier latin" (então bairro universitário de Paris, onde fica a Sorbonne). Os jovens jogavam paralelepípedos. Foi uma luta simbólica, ninguém morreu, ninguém foi ferido por bala. Era gás lacrimogênio e cassetetes contra pedras. Passei nas barricadas com meus amigos, inclusive o Hobsbaum (Eric Hobsbaum, pesquisador marxista, é um dos mais importantes historiadores da atualidade) e o Alain Tourraine (sociólogo francês conhecido por criar a expressão "sociedade pós-industrial"). Encontrei o Cohn-Bendit na rua. Era um pouco uma festa. E todo país discutia sua vida pessoal. O pessoal discutia como poderia ser mais livre. Muitos casamentos foram desfeitos, ocorreu uma porção de confusões, que tiveram efeito no comportamento.

Também houve a questão política. Houve grandes manifestações de rua, dos dois lados, em Paris. E a França conservadora reagiu. O Estado e os sindicalistas ganharam , bloquearam o movimento -que era uma utopia. Mas a utopia é muito importante. Em grego, quer dizer sem nenhum lugar. Mas ela muda os que estão em algum lugar. A realidade se transforma. E ajudou a transformar.

G1 - Como era o aluno Daniel Cohn-Bendit?
Cardoso -
Ele era uma pessoa muito viva. Era meu aluno de graduação, um dos 200 que freqüentavam o auditório. Quando você dá aula para um grupo muito grande, e numa língua que não é a sua materna, você precisa se apoiar no olhar de alguém. Algumas pessoas falam pelo olhar. Eu olhava para uma moça, que era bonita e tinha expressão, e para o Bendit. O professor falava e os alunos ouviam. Ninguém contestava. Depois mudou. Ele era um aluno normal. Antes das férias, em julho, eu aprovei Bendit e vários outros, sem eles estarem presentes nas aulas.

G1 - Maio de 68 foi um período muito romantizado nos últimos anos? Era tudo aquilo mesmo?
Cardoso -
Sempre se romantiza. Mas havia uma base. Foi uma experiência humana muito forte. Imagine uma cidade inteira discutindo o cotidiano... Tem muita força.

G1 - Historiadores dizem que maio de 68 na França foi um questionamento moral e cultural, e que no Brasil foi mais um enfrentamento político contra a ditadura. O sr. concorda com essa tese?
Cardoso -
Concordo. Veja esse exemplo aqui. Quando voltei ao Brasil, a faculdade estava na rua Maria Antonia, mudando-se para a Cidade Universitária. Passei pelo Rio, para um seminário da Unesco. E de lá levei a São Paulo uma cubana amiga, a Gilda. Ela ficou assustada. Dia e noite os alunos tocavam a Internacional Socialista (hino da organização global de partidos sociais democratas, socialistas e trabalhistas). A cubana não entendeu nada. Os estudantes falavam que eram revolucionários e havia um clima de revolução por causa da influência cubana, do Che Guevara. 'Mas não tem repressão?', perguntou a cubana. Até aquela altura era um movimento contra o regime militar no Brasil.

G1 - Na França o sr. sabia o que se passava no Brasil?
Cardoso -
Voltei ao Brasil porque achei que havia abertura. Vim prestar concurso para ser professor da USP. E todos os jovens estavam se mobilizando. Em abril de 69 fui posto para fora da universidade. Soube da minha expulsão pelo rádio, de dentro do meu volkswagen azul. Fui aposentado compulsoriamente e perdi os direitos políticos. Houve muita confusão na USP, a polícia nos cercou numa sala. Escapei e fui a pé para casa, morava no Morumbi. A partir daí recebi convites para voltar a Nanterre, para dar aulas em Yale, nos EUA. Mas fiquei e montei o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). Os anos 70 foram muito difíceis. Não tinha emprego possível aqui, não tínhamos muitas verbas no Cebrap. Então para manter a família eu passava parte do tempo no Brasil e parte dando aulas no exterior. Dei aulas em Cambdridge, em Stanford e duas vezes em Princeton.

G1 - A turma da esquerda teve um papel heróico ou lutava a luta errada no Brasil?
Cardoso -
Não era errada na época, porque não tínhamos horizonte. O pessoal não via alternativa e pegou esses métodos, com os quais nunca concordei. Mas compreendo, foram para o desespero. Isso não justifica, mas entendo. Já os dirigentes partidários que entraram nessa tinham uma visão errada. Faziam luta armada com foco no campo, algo insensato. Esse pessoal achava que eu estava indo para a direita. E eu achava que o mundo tinha mudado. Já a direita achava que o Cebrap era uma camuflagem do movimento subversivo.

G1 - Hoje os jovens são menos politizados ou mudaram os instrumentos?
Cardoso -
Mudaram os instrumentos e a noção do que é a política. 68 é também uma revolução que começou a pensar na pessoa, no indivíduo, com a idéia 'eu tenho que ser feliz'. Mas não esgota o mundo. Como o outro também pode ser feliz? Hoje não sei se algum jovem acredita que os partidos políticos vão fazer mudanças. Eles não confiam que as mudanças venham por esse caminho, e ficam desesperançados por mudanças.

A internet é você sozinho comunicado com o outro. Acho que ainda não existe um pensamento adequado para o que está acontecendo. Estão mesmo isolados ou estão se comunicando de outra maneira? Meus netos chegam aqui em casa e vão direto para o computador. Ficam no messenger em contato com o mundo. É um novo conceito: estar junto sem estar presente, é o que existe hoje.

G1 - Até que ponto isso vai influenciar a política?

Cardoso - Nos EUA já está influenciando. Veja o apoio que o [pré-candidato à Presidência dos EUA] Barack Obama está conseguindo: muito se dá pela internet. A queda do José María Aznar (que foi presidente do governo espanhol até 2004) ocorreu muito por causa das mensagens que os jovens trocaram pelo celular de madrugada, durante a campanha (logo após os atentados terroristas de 11 de março). Isso não sou eu que estou dizendo. Há pesquisas que mostram esse fenômeno. Então eu não diria que os jovens estão sozinhos. Faltam categorias para definir o que está acontecendo. Está faltando sociólogo para analisar isso.

G1 - O que move os jovens hoje em dia?
Cardoso -
Ainda há a questão da liberdade. Tem essas baladas que começam à meia-noite. As pessoas ainda têm forte essa vontade de ter satisfação pessoal. Mas muitas coisas mudaram. No passado, as pessoas eram treinadas para terem um profissão. Hoje, para ter uma ocupação. Foi uma mudança rápida. Vamos ter que reiventar a sociedade para oferecer segurança às pessoas no futuro. Veja a discussão sobre a previdência social no mundo. Como sustentar a previdência se as pessoas não têm mais trabalho? Vamos ter que reinventar as instituições.

G1 - A rebelião na periferia francesa em 2005 foi uma tentativa de reviver 68?
Cardoso -
Eles se rebelaram para chamam a atenção para outros problemas. O que acontece na França hoje é o mesmo problema dos Estados Unidos nos anos 60: a discriminação. Há muitos muçulmanos na Europa hoje, e os europeus começam a definir a pessoa não pelo território em que nasceu, mas pelo sangue. Isso é racismo. O banlieue (a periferia) é onde moram os migrantes, muçulmanos e negros. São filhos de muçulmanos e de africanos. A França lida mal com isso. A Inglaterra tem muitos negros caribenhos, descendentes de indianos também. É um país que aceitou mais a diversidade. A Espanha tem muitos imigrantes latino-americanos. E está fazendo certo esforço para entender e aceitar. A Alemanha absorveu os turcos. Esse processo está levando a França de Nicolas Sarkozy a um retrocesso. O mesmo ocorre com a Itália, com o novo prefeito de Roma ameaçando expulsar imigrantes. É intolerância. Eles não podem expulsar, porque precisam dessa gente para trabalhar. E se expulsar chegarão outros, não dá para colocar muros.

O mundo atual tem esse desafio: ou aceita a diversidade ou fica a intolerância. Se não farão como o [George W.] Bush, que invadiu o Iraque para implantar a democracia americana. Não dá certo, vai ter que aceitar que há pedaços do mundo que não são americanos. E não serão nunca. Ou você vai transformar a China em americana? Não dá para impor ao outro. O mundo é maleável, deixe cada um viver ao seu modo. Penso o oposto de Sarkozy. Não tem que enterrar 68, tem que reviver.

G1 - Qual é o outro mundo possível que os jovens cantam nos protestos anti-globalização?
Cardoso -
Não há receitas na história. Outro mundo possível é uma utopia, é bom que se pense isso. Tem que tentar. Diminui as formas de opressão. Mas lutar contra a globalização econômica é bobagem, porque ela está baseada numa transformação tecnológica brutal. É como se alguém fosse lutar contra a máquina a vapor durante a Revolução Industrial. Como podemos impedir que as pessoas consumam num padrão global? Veja em Cuba a correria para comprar computadores e celulares. Os cubanos vão querer ter acesso a esses equipamentos. E lutar contra isso é perder tempo. Isso quer dizer que temos que pensar de maneira homogênea? Não. Há muitos outros mundos possíveis. Veja a China e ao Japão, dois bons exemplos. São Paulo não é muito diferente de pedaços de Nova York. Mas guarda diferenças muito importantes. Nossos valores culturais são outros.

G1 - Quais são os sonhos e utopias dos nossos dias?
Cardoso -
Um outro modo de viver é possível. Todo mundo quer ser um pouco dono de seu nariz. Temos que acabar com a pobreza e com a fome. Antigamente, não havia meios para isso. A inflação dos alimentos, o mundo das doenças graves como a Aids: esse mundo tem que acabar, pode acabar. É uma utopia possível.

G1 - Ser presidente do Brasil por oito anos aumenta ou diminui as utopias?
Cardoso -
Talvez mostre as dificuldades de realizar mudanças. Mas não tira o ânimo de continuar acreditando que dá para melhorar, embora sabendo que você não conseguiu fazer tudo o que queria.

G1 - Com o que sonhava Fernando Henrique Cardoso em 68 e com o que sonha hoje?
Cardoso -
Em 68 eu queria democracia no Brasil. Foi a obsessão da minha geração. Hoje, é a igualdade. Nunca vamos ter uma sociedade com igualdade absoluta, nunca. Mas os níveis de desigualdade estão muito fortes. E já podem deixar de ser assim.

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